quarta-feira, 5 de outubro de 2011

AGENTES DE SAÚDE PROMOVEM PASSEATA NO 04 DE OUTUBRO

Agentes de saúde cobram plano de carreira

04/10/2011 - 18h56m

SAMUEL NUNES
Repórter

Com cartazes, faixas e apitaço, agentes de combate à dengue e estratégia saúde da família realizaram na manhã de ontem, terça-feira, carreata e passeata pelas principais ruas do centro de Montes Claros. A manifestação objetivou reivindicar a regulamentação das emendas 63 e 29, que tratam do plano de carreira para a categoria, do piso nacional de salário e das diretrizes profissionais da classe.

Os amarelinhos como são chamados, juntamente com agentes dos PSFs, depois de transitarem pelas ruas centrais, realizaram mais um ato de manifesto na Praça Doutor Carlos e em seguida se dirigiram para a Câmara Municipal e à Prefeitura para se fazerem ouvir pelo poder público.

A diretora estadual do Sindi-saúde, Edinê Silva Soares, explica que a manifestação é de caráter nacional e não tem nenhuma conotação de greve e sim de chamar a atenção da comunidade local em relação às reivindicações da categoria. Ela chama a atenção para a defasagem da categoria que atualmente gira em torno de 40%.

Segundo o diretor administrativo do núcleo norte mineiro do Sindi-saúde, José Romilson dos Santos, uma nova reunião na sede da entidade vai acontecer hoje. Durante o encontro serão avaliados os resultados do movimento. O diretor ressalta que também será realizada uma avaliação do movimento em Brasília (DF), já que os representantes da cidade se encontram em Montes Claros, assim como a definição, pelas entidades nacionais, dos rumos a serem tomados.

- Esta luta é mais do que justa, pois a situação é grave em termos de valorização salarial. Um agente de combate a endemias na cidade de Salinas tem como salário base R$ 300,00, o que é vergonhoso. Vamos continuar lutando por melhores salários e condições de trabalho para a categoria, assegura.


SALÁRIO

O agente de combate a endemias, João Hélio Antunes da Rocha, casado, pai de dois filhos em tom de desabafo afirma que não tem condições um profissional capacitado ganhar apenas R$ 620,00.

- Queremos o piso nacional, mais plano de cargos. Desenvolvemos um trabalho dos mais importantes para a cidade e infelizmente, não somos valorizados, lamenta.

De acordo com o servidor, devido ao baixo valor do salário, ele não tem a mínima condição de proporcionar, dentre outras coisas, lazer para ele e sua família.

- Trabalhamos muitas vezes com os nervos a flor da pele, isto devido ao salário baixo. Um funcionário da Fundação Nacional de Saúde, que faz praticamente o mesmo trabalho que realizamos tem como salário base R$ 1.900,00. Porque não voltam a nos pagar o que recebíamos a alguns anos atrás? Ou seja, o equivalente a dois salários mínimos? pergunta.

O também agente, Alexandre da Silva, casado e pai de dois filhos, reitera a importância da implementação do plano de cargos e salários para a categoria. Para ele, a ausência do plano de cargos é que tem levado a classe a não ser valorizada e a receber pouco mais que um salário mínimo, gerando uma defasagem salarial considerável.

- Em conseqüência do salário que recebo, tenho que complementar a renda com alguns bicos que realizo aos finais de semana. O valor de R$ 620,00 pagos pelo importante trabalho que realizamos em toda a cidade é um salário de fome e miséria, revolta-se.

Os agentes esperam que a manifestação realizada na terça-feira possa trazer mais valorização à categoria.

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