STF manda Município do Rio convocar concurso
público na área da Saúde para preencher pelo menos três mil vagas
POR Alessandra
Horto
Rio -
A Prefeitura do Rio terá que substituir todos os médicos contratados da rede
que não sejam servidores estatutários. Em decisão inédita, a Segunda Turma do
Supremo Tribunal Federal (STF) reiterou sentença anterior, mas que havia sido
questionada pelo Executivo. A Procuradoria Geral do Município (PGM) informou que a prefeitura ainda não foi
notificada da decisão.
O texto
prevê a convocação de concursos públicos para substituir os atuais terceirizados, mas não estabelece prazo
para o procedimento. Estima-se que três mil médicos trabalhem na rede municipal
em regime temporário ou celetista. A maioria é contratada por Organizações
Sociais (OS) e atua em Clínicas de Família e Unidades de Pronto Atendimento
(UPA).
A maioria dos médicos terceirizados atua em
Clínicas de Família e Unidades de Pronto Atendimento (UPA)
| Foto: Márcio Mercante / Agência O Dia
A ação
foi uma iniciativa do Sindicato dos Médicos do Rio. Presidente da entidade,
Jorge Darze disse que a prefeitura tem 9.306 profissionais contratados e 25 mil
estatutários.
“O
Supremo reconheceu a ilegalidade no processo de contratação de profissionais da
Saúde que feito pela Prefeitura do Rio. O município será obrigado a substituir
a mão de obra terceirizada. É uma vitória contra a privatização e um marco na
história da luta em defesa do funcionalismo público”, diz Darze.
Na
sentença, o relator do agravo regimental, ministro Cezar Peluso, então
presidente do Supremo, destacou que “os cargos inerentes aos serviços de saúde,
prestados dentro de órgãos públicos, por ter a característica de permanência e
ser de natureza previsível, devem ser atribuídos a servidores admitidos por
concurso público, pena de desvirtuamento dos comandos constitucionais
referidos”.
Só em
caráter excepcional
Ex-ministro
do STF, Cezar Peluso citou que a contratação temporária de profissionais tem
que ocorrer somente em casos de necessidade excepcional. O presidente do
Sindmed, Jorge Darze, defendeu que a Prefeitura do Rio usa a contratação de
terceirizados como prática comum de Recursos Humanos.
“Os
salários oferecidos pelo regime estatutário são baixos e os pagos pelas OS são
altos. O concurso é pouco atrativo porque o médico sabe que poderá trabalhar em
um mesmo local com um colega que vai receber mais do que o dobro. Na última
seleção, de 750 aprovados para 1.700 vagas, 70% desistiram de continuar durante
o processo. É imprescindível oferecer salários maiores”, defendeu Darze.
Fonte: O DIA
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