sexta-feira, 27 de maio de 2011

PROFESSORES DE NATAL ESTÃO EM GREVE

O auditório do Teatro Boa Vista estava lotado na tarde desta quarta-feira (26). Os trabalhadores em educação reuniram-se em massa para ouvir a proposta do governo apresentada na última rodada de negociação.
Nela, os professores de nível médio passariam a receber R$ 1.187 e de nível superior R$ 1.198, a partir de junho. O Sintepe rejeitou a proposta e uma nova rodada de negociação está marcada para o dia 31 de maio, na Secretaria de Administração.

A entidade defende que a correção do Piso Nacional do Magistério na grade do Plano de Cargos e Carreira para todos os servidores a partir de junho seja de 13,59% para os professores de nível médio e 18,64% para os de nível superior.

Começada a assembleia, o diretor do sindicato Agripino Pereira repassou alguns informes sobre o Sassepe, entre eles, a mudança da empresa que opera o 0800, agora será em Recife, os investimentos feitos nas enfermarias, ambulatórios e uma das reivindicações dos membros do Serviço de Assistência a Saúde é que a contribuição com o plano seja paritária e não de 72% por parte dos servidores e apenas 28% do governo, como é hoje. O também diretor da entidade, Wilson Macedo falou sobre o São João do sindicato. Este ano a festa será em Caruaru, no dia 17 de junho. Os interessados em participar devem se inscrever até o dia 3 de junho.

A vice presidente, Antonieta Trindade ressaltou o papel do Fórum dos Servidores do Estado, coordenado pela Central Única dos Trabalhadores na participação mensal em reuniões com representantes do governo. "O Fórum repudiou os 4% dado ao conjunto dos servidores e protestou com relação ao projeto de lei dos policiais militares encaminhado a Assembleia Legislativa à revelia das associações que compõem a categoria", sublinhou. A próxima reunião está agendada para o dia 27 de maio.

Terminado os informes, o presidente do Sintepe, Heleno Araújo traçou uma linha histórica do processo de negociação. Segundo o sindicalista, o governo só discutiu o eixo salarial sobre as receitas e despesas do Estado no dia 30 de abril e na ocasião, deixou claro que os R$ 71,5 milhões serviriam para pagamento referente ao Piso. Na primeira reunião, os governistas reconheceram não ser possível atender as reivindicações dos servidores, no segundo momento, as propostas foram avaliadas e discutidas. Na última reunião, a comissão do Sintepe apresentou contra proposta a ser solucionada em 31 de maio.

Nas reuniões específicas além da questão salarial, o sindicato reforçou a cobrança pelo início da negociação sobre as condições adequadas de trabalho e gestão democrática, cobrados na pauta de reivindicações.

Estavam abertas as inscrições para os presentes explicitarem seus pontos de vista. Os ânimos se alteraram um pouco, mas "nada que não fosse compreensível", como definiu o diretor do Sintepe, Fernando Melo. O professor José Mariano destacou que o governo aumenta dias letivos sobrecarregando os trabalhadores e frisa "Não é por causa das ameaças que ficaremos parados. Não aceitamos 4% de aumento, nem manobra em cima de um fictício Piso". O educador sugeriu uma moção de apoio aos Estados em greve.

Professora de Camaragibe, Maria Albênia participou da última negociação e fez questão de mencionar como "O governo é frio ao apresentar números que não mudam em nada a qualidade de vida do professor". A educadora defendeu propostas como: o vale transporte deve ser dado em dinheiro porque o trabalhador decide como vai à escola, faixas, cartazes de denúncias devem estar presentes nas próximas assembleias e outdoors denunciando o pior salário do país precisam estar nas ruas.

O diretor do Sintepe, Paulo Rocha defendeu unidade entre a categoria porque a Campanha Salarial não vai ser fácil. É preciso ter claro que "a briga é com Eduardo e vamos à luta. Só sairemos dela de forma vitoriosa", bradou. A secretária geral da entidade, Valéria Silva também deixou um recado ao pedir um foco no que é importante para categoria e finalizou dizendo que "temos que ter muita unidade para não perder o bonde da história".

O também dirigente do sindicato, Fernando Melo deixou claro a necessidade de numa assembleia ou em qualquer outro lugar, os trabalhadores em educação se pautarem pelos princípios e que o momento é pertinente para avaliação. Para o professor Valdênio Carvalho, membro da atual diretoria, se houver vitória nos encaminhamentos, todos os trabalhadores ganharão, e pediu aos presentes discernimento. "Vamos trazer propostas que unifiquem. Devemos acompanhar a agenda do governador, de um lado eles e do outro, nós com faixas que recebemos o pior salário do Brasil".

Para finalizar mais uma assembleia, a votação. A categoria aprovou que o processo de negociação vai continuar; no próximo dia 27 haverá um ato público, às 8h, em frente a Agência Estadual de Tecnologia da Informação (ATI), em frente a Casa da Cultura, dia 31 de maio é a Mesa de Negociação Específica e dia 2 de junho, a próxima assembleia, no Teatro Boa Vista, às 9h.

Fotos: João Carlos Mazella

PROPOSTAS DO GOVERNO

1. Correção do Piso Nacional do Magistério na grade do PCCV para todos os servidores a partir de junho de 2011: a) 13,59% Para Professores/as de Nível Médio;
b) 13,64% Para Professores/as de Nível Superior.

2. Correção do piso nacional do magistério retroativo a janeiro de 2011 (R$ 1.187,00) para todos os servidores que desde aquela data percebem abaixo do piso. Pagamento do atrasado (janeiro a maio de 2011) junto com a folha de julho.

3. Elevar para 5% a diferença salarial entre o/a Professor/a de Nível Médio e Superior a partir de Novembro/2011.

4. Aos demais servidores efetivos integrantes da Secretaria de Educação será concedido o reajuste linear definido na mesa geral de negociação.

5. Informou que há um passivo de R$ 8,7 milhões na Câmara de Política de Pessoal (CPP)

PROPOSTAS DO SINTEPE

1. Correção do Piso Nacional do Magistério na grade do PCCV para todos os servidores a partir de junho de 2011: a) 13,59% Para Professores/as de Nível Médio;
b) 18,64% Para Professores/as de Nível Superior.

2. Correção do piso nacional do magistério retroativo a janeiro de 2011 (R$ 1.187,00) para todos/as Professores/as. Pagamento do atrasado (janeiro a maio de 2011) da seguinte forma: a) folha de julho todos da classe I;
b) folha de agosto todos da classe II;
c) folha de setembro todos da classe III;
d) folha de outubro todos da classe IV.
3. Elevar para 5% a diferença salarial entre o/a Professor/a de Nível Médio e Superior a partir de Novembro/2011.

4. Garantir a mudança na denominação do cargo de Técnico Educacional para Analista Educacional e aos Administrativos que recebem a gratificação de curso noturno sua incorporação ao salário base, reduzindo a carga de trabalho semanal de 45 para 40 horas.

5. Cobramos a elaboração e divulgação de uma planilha de pagamentos dos créditos devidos aos trabalhadores/as em educação.

Fala professor!

A educadora de apoio da Escola Professora Isaura de França, Denise em Abreu e Lima diz que a assembleia é um encontro para esclarecimento das negociações e para colher novas formas de luta. O sindicato é formado por cada um de nós e temos que utilizar esse poder.

Professora Iranete Cavalcanti sugere segurar os resultados das avaliações bimestrais feitas em sala e explicar aos pais que a finalidade é atingir o governo para que a negociação seja mais rápida. Professores, pais e alunos devem estar juntos nesse processo.

De Camaragibe, a professora de História, Bernadete Vieira ressalta que a melhor forma de repassar as informações sobre as negociações é por assembleia. Espero que saia aumento. Precisamos!

Fonte: Sintepe/Portal vermelho

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